Não desista dos seus sonhos

 

Minha história

    

    Minha história no Jiu Jitsu se inicia em 2008. Menino, com 17 anos cheio de incertezas, comecei a fazer Jiu Jitsu pois queria fazer MMA. Na cidade onde moro, Londrina-PR, havia algumas academias tradicionais, no entanto pela recomendação do meu professor de Kickboxing da época começo a fazer em uma academia voltada para competição.


    Comecei fazendo a arte com a pretensão de apenas migrar para o MMA, porém o amor foi instantâneo que parei com o Kickboxing e foquei apenas no Jiu Jitsu. Nessa época era um menino muito agitado e as artes marciais me colocavam no eixo.


Problemas da vida


    Disputei brasileiro, sul americano, sempre chegando nas cabeças, porém em 2011 sofri um acidente de carro. Tomei 44 pontos (se não me engano), no rosto e nos meus joelhos. De um menino agitado que vivia na academia, me vi perdido e com medo, pois o que eu amava era uma incerteza. 


    Tentei voltar algumas vezes no Jiu Jitsu, porém pelo machucado feito no meu rosto todas as vezes sangrava bastante e eu não conseguia dar continuidade. Passou um tempo e desanimei, dava pra voltar sim, porém desanimado fui buscar na vida essa "descarga" de adrenalina. 


    Compensei na bebida todos os meus medos e frustrações da época, um método mais simples do que resolver meus problemas internos, pois na minha mente não era para ter acontecido aquilo e o culpado não era a minha pessoa. Jovem, revoltado, com medo, imaturo tentando saciar aquele desejo interno inexplicável de se provar, mas meu professor sempre me mandava mensagem. De alguma forma ele tentava me "trazer" de volta.


    2015 foi ano que falei: "Vou voltar". E voltei, porém eu sofri outro acidente de carro. Tive que operar o meu joelho e principalmente começar tudo do zero novamente. Todos os questionamentos voltaram, todos os problemas começaram novamente. Eu não entendia, não buscava entender, apenas achar um culpado.


Decisão mais importante da minha vida


    Em 2016 conheci a Deus. Decisão mais importante da minha vida e a partir daí muitas decisões começaram a clarear, a bebida já não era a solução, porém como resolver o problema? Tinha que bater de frente, pois a vida tinha batido forte, mas agora tinha alguém para me segurar, alguém quando não tinha forças para me escorar. 


    Nesse mesmo ano voltei, porém voltei apanhando de todo mundo, parei na época do 50/50 dos Mendes, aquele jogo de entrar enrolado um com o outro pra fazer vantagem. Quando volto, berimbolo pra cá e pra lá, uma capacidade física muito além do que treinava. Eita, apanhei igual quando era branca, porém já tinha minha meta.


    Meu filho nasceu em 2018 e eu não tinha condições financeiras de continuar, fiquei mais 1 ano parado. Tentando sempre voltar e buscar o que amo, volto no ano seguinte e não paro. Volto no meio de 2019 e o que aparece em 2020? Pandemia. Parece sempre algo tentando barrar, porém já mais maduro lido tranquilamente a situação.



Volta por cima


    Esse final de semana voltei às competições, não tenho o objetivo de ser competidor como tinha antes, porém de ser o melhor que eu posso ser. Dentro desse tempo eu agradeço muito a Deus, pois pude aprender muitas coisas. A história só é triste se focarmos nos problemas, porém hoje sou uma pessoa melhor. 




    Mesmo no primeiro ano de Master fui buscar me aventurar no adulto. Fiz uma luta no peso. “Muleque” guardeiro, me puxou no começo da luta. Estava tranquilo e consegui passar 2 vezes a guarda, porém tenho que melhorar minha estabilização dos 100kg. Fui para o campeonato lutar uma luta? Bora se aventurar no absoluto, luto de leve, porém bora vencer meus medos.

    

    Campeonato pequeno, tudo bem, porém a realização pessoal é muito boa. Vencer meus medos, vencer a minha limitação mental de: "Será que eu ainda posso"? Isso não tem preço. Primeiro no peso e segundo no absoluto. Fiz 3 lutas no absoluto. Finalizei a primeira, ganhei de 13x0 a segunda e a última, lutei com um menino de 94kg o qual me finalizou. Felizão demais.


    
    Não se trata de ser o melhor do mundo, pois isso eu não irei ser, porém ser o meu melhor. Vencer os meus medos é o que importa. Sou pai, empresário e mesmo assim busco tempo para tentar ser o melhor. Obrigado a Deus por me fazer um ser humano melhor, independente de resultados. 

Conclusão


    Não importa sua idade ou os seus problemas, sem mimimi, busque ser o seu melhor. Muitas vezes ser um pai exemplar com o Jiu Jitsu é o seu objetivo e tá tudo bem com isso. Muitas vezes você tem a condição de ser um competidor, busque ser  o seu melhor e aproveitar suas chances. Independente da sua condição, faça e busque ser o seu melhor.


    Que possamos focar no aprendizado e não nos problemas, aprendi isso com a vida e foi a melhor coisa que me aconteceu. Fiquem todos com Deus. Oss...






    

    

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